Conectadas
Clara Alves
R$ 30,92 até R$ 31,92
ISBN-13: 9788555340895
ISBN-10: 8555340896
Ano: 2019 / Páginas: 320
Idioma: português
Editora: Seguinte
Raíssa e Ayla se conheceram jogando Feéricos, um dos games mais populares do momento, e não se desgrudaram mais — pelo menos virtualmente. Ayla sente que, com Raíssa, finalmente pode ser ela mesma. Raíssa, por sua vez, encontra em Ayla uma conexão que nunca teve com ninguém. Só tem um “pequeno” problema: Raíssa joga com um avatar masculino, então Ayla não sabe que está conversando com outra menina.
Quanto mais as duas se envolvem, mais culpa Raíssa sente. Só que ela não está pronta para se assumir — muito menos para perder a garota que ama. Então só vai levando a mentira adiante… Afinal, qual é a chance de as duas se conhecerem pessoalmente, morando em cidades diferentes? Bem alta, já que foi anunciada a primeira feira de Feéricos em São Paulo, o evento perfeito para esse encontro acontecer.
Em um fim de semana repleto de cosplays, confidências e corações partidos, será que esse romance on-line conseguirá sobreviver à vida real?
Li este livro já tem um tempinho, antes mesmo de ele chegar aqui em casa, através do e-galley que recebi da Companhia das Letras! (Obrigada, gente!) E acreditem, fiquei tão fissurada na história que li no celular mesmo, pois estava aguardando a entrega do meu kindle novo, ja que o antigo havia falecido.
A história é sobre Ayla e Raíssa, duas garotas que se conhecem num chat de um jogo online. Só tem um porém: o avatar de Raíssa é masculino e ela conversa com Ayla (e com todos) fingindo ser um garoto! Raíssa sofreu bullying e assédios quando tinha um personagem feminino no jogo, e isso só acabou quando ela designou a identidade masculina para seu personagem. Ayla tinha acabado de entrar no jogo e ainda estava aprendendo os macetes do game, então ela precisou de ajuda para uma missão e foi aí que Raíssa entrou para ajudá-la. Se passando por Leo, que na verdade é o seu melhor amigo.
Para Raíssa estava tudo tranquilo, pois ela não pretendia ter ligação externa nenhuma com ninguém daquele jogo. Mas o destino prega peças não é mesmo? Aconteceu que ela foi ficando cada vez mais próxima de Ayla, tendo que fazer seu melhor amigo mentir por ela também. E agora era tarde, ela estava se apaixonando por Ayla e se sentia cada vez mais culpada. Raíssa pretendia contar tudo e acabar com a mentira de uma vez por todas, mas então, uma conferência do jogo iria acontecer e elas teriam a oportunidade de se conhecerem pessoalmente.
Aí vocês já podem imaginar a confusão que essa história vai dar né? E dá mesmo gente! Essa historia da uma treta das grandes, mas o melhor de tudo nesta história é como a autora abordou a vida pessoal de cada um dos personagens, as descobertas, vontades e coisas que eles mesmos nem sabiam do que se tratava. Achei de uma sensibilidade!
Raíssa sabia que gostava de garotas desde sempre, e apesar da família super de boa e de pais descolados, ela não se sentia confortável em revelar ainda. Já Ayla ainda não sabia muito bem, pois ela gostava de garotos, mas tinha crush em garotas também. E além de tudo, a autora abordou bem o drama familiar da Ayla, e como isso a afetou. Ayla teve uma criação estrita, religiosa, e a menina não tinha muita voz, então ela cometia pequenas transgressões nas escolas onde estudava para tentar se autoafirmar de alguma forma.
O plot do Leo também foi interessante de saber, pois ele é assexual panromântico, ou seja, ele se apaixona (por pessoas, sem distinção de gênero) mas não tem vontade de fazer sexo. Achei bem legal pois quase não se vê sobre o tema em literatura juvenil, acho que só li um livro onde a personagem era assexual, que é Tash & Tolstói, clica aqui pra ler a resenha. Eu achei isso muito legal, porque isso é um sofrimento para ele e eu fico pensando nas milhares de pessoas - adolescentes principalmente - mundo afora que passam pelo mesmo drama. Porque em algum momento a pessoa deve se questionar e achar que não é normal. Achei válido demais a abordagem do tema pois essa orientação sexual não é muito comentada e muita gente não sabe o que é, e até faz confusão com o termo assexuado, que se refere a um tipo de reprodução onde não há troca de material genético. Espero que a autora resolva escrever um livro com a história do Leo, pois ficou no ar a questão com a outra amiga deles que eu não tô lembrada do nome (my bad!).
Enfim, o livro é um romance LGBTQIA+ entre duas garotas (Aêêê!), e é muito sensível, fofo e engraçado. Recomendo pra quem gosta de histórias YA em geral. O ritmo da leitura é gostoso, a escrita da Clara flui muito bem e eu adorei as referências. Ainda brincou com o estereótipo de "sapatão", pois se não for pra namorar à distância a gente nem namora! Eu adorei porque me vi um pouco na Ayla quanto às dúvidas sobre sua orientação sexual, quando eu era adolescente, e um pouco na Raíssa, que apesar de saber, tinha problemas pra contar pra família. Até que enfim este problema foi resolvido pra mim e pra Raíssa também! A diagramação tá a coisa mais fofa do mundo e o livro está bem revisado. Leiam gente!
Motivo extra pra ler: conheci a Clara na Bienal do livro e ela é um amoooorzinho de pessoa. Uma fofa!
OBS: Eu comentei sobre o estereótipo lésbico de namorar à distância falando o termo SAPATÃO porque EU me encaixo nele. Mas nunca, jamais, em hipótese alguma, chame uma mulher lésbica de sapatão se você:
1- não for uma;
2- não tiver intimidade suficiente com a garota pra falar daquele jeito.
Mais respeito, por favor!
Oii! :)
ResponderExcluirAh, essa história parece ser maravilhosa! Nunca li nada que citasse assexual panromântico, mas já estou bastante curiosa para conhecer mais dessa história! O livro parece ser bem gostosinho de ler e divertido. Vou adicionar a minha lista :D
Beijos
www.ventodoleste.com.br